Tradução de Artigo sobre a Doutrina da Dupla Justificação na Tradição Reformada

David Sousa
2 min readApr 7, 2021

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Artigo original: LUSK, Rich. The Reformed Doctrine of Justification by Works: Historical Survey and Emerging Consensus. In Obedient Faith: A Festschrift for Norman Shepherd, P. Andrew Sandlin e John Barach (eds.), Mount Hermon, California: Kerygma Press, 2012.
Traduzido por David W. O. de Sousa (Abril de 2021)

João Calvino e suas Institutas da Religião Cristã.

É um fato bem conhecido que a Reforma Protestante desenterrou a gloriosa verdade bíblica da justificação pela fé somente. Mas não é tão bem conhecido que as primeiras gerações dos reformadores calvinistas ensinaram uma “segunda justificação” pelas obras, baseados em textos como Mateus 25.31–46, 2 Coríntios 5.8–10 e Tiago 2.14–26.

Essa “justificação, não do pecador, mas do justo”, declarada “no reconhecimento da justiça inerente, de modo algum perfeita, mas ainda assim genuína”, tem desaparecido sobremaneira na teologia protestante de nossos dias, mas foi uma característica significativa da doutrina reformada por muitas gerações. Esta doutrina era notavelmente diferente da concepção católica romana do lugar das obras (e do mérito) na justificação. Todos os teólogos mencionados aqui, tanto do passado quanto do presente, estão indubitavelmente comprometidos com Jesus Cristo como o único fundamento do perdão e da absolvição. Eles estão todos inequivocamente e indisputavelmente comprometidos com o sola fide. Mas eles não acreditam que o sola fide exclui a possibilidade de uma fase posterior da justificação na qual as obras são levadas em consideração como o fruto e evidência de uma fé viva; de fato, o compromisso deles com o sola scriptura e com o tota scriptura exige que eles ensinem tal doutrina. Como será visto, essas obras justificantes são tratadas como uma condição necessária à justificação final, mas elas nunca são tratadas como meritórias, em qualquer sentido. Em vez disso, elas são vistas dentro do círculo da fé e da graça “justificação futura segundo as boas obras” nunca foi tratada como uma doutrina por si só, mas como circunscrita e contextualizada pela (primeira) justificação pela fé e (de um modo mais geral) pela união com Cristo forjada pelo Espírito. Na doutrina reformada da “dupla justificação”, a segunda justificação pelas obras pressupõe e está fundamentada na primeira justificação pela fé.

É meu objetivo mostrar que alguma noção de “segunda justificação” segundo as obras é bem atestada na história do movimento evangélico protestante, mesmo que ele receba quase nenhum tratamento em nossas pregações e ensinamentos contemporâneos. (…)

O texto acima é um pequeno trecho do artigo traduzido de Rich Lusk, teólogo norte-americano e pastor na Trinity Presbiterian Church, em Birmingham, Alabama. Para acessar o artigo completo (que é muito grande para caber aqui), clique neste link.

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David Sousa

Alguém fascinado pela beleza da natureza e pela Beleza para a qual ela aponta. Meus principais interesses no momento são Ciências naturais e Teologia cristã.